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domingo, 27 de novembro de 2016
Encontro Natalino – Little Women
Olás, flores de belo
jardim!
Encontro natalino? Então é
isso. O Natal já está à porta. Meu Deus como o tempo passa! Faz
muito bem aquele que sabe viver o tempo presente, pois ao passado e
futuro não se tem acesso - logo o que está em nossas mãos escorre
tão rápido! Por esta razão tanto aprecio momentos como esse
encontro, momentos vividos com gente do coração, pessoas amadas,
inesquecíveis. Instantes que levarei comigo por onde eu for e que o
tempo é incapaz de apagar da alma.
Sentindo-me reflexiva hoje,
não? Pois tão maravilhosa foi a reunião que me fez ponderar. Bem,
sempre faz. Encontros com esse grupo de leitoras é um verdadeiro
privilégio, e como desconheço quantos ainda teremos, desejo
declarar aqui minha inflamada felicidade por tê-las neste grupo! Em
meio a um mundo corrido e virtual, compromissos físicos são um
verdadeiro presente!
Bem, agora basta de
devaneios!
Vamos ao conteúdo do
encontro em si: Little Women, de Louisa May Alcott + Amigo Secreto. O
que é amigo secreto com queridas amigas? Fantástico! Claro!
Fizemos alguns vídeos
durante o amigo secreto e vamos junta-los montando um clipe musical
;-) Contudo, também anexaremos aqui cada um deles, individualmente.
É muita risada... Ficaram ótimos.
Os comentários sobre o
livro espalharam-se entre as curvas de nossa mesa de estranho
desenho, e foram principalmente a respeito das personalidades das
irmãs March. Os pólos que existe nos pares de "companheiras",
como Amy e Meg, e Jo e Beth. O par de Jo e Beth que nos pareceu como
espelhos uma da outra, Jo com sua personalidade forte e selvagem ao
lado de Beth que mal conseguia falar ou aparecer a estranhos. Amy e
Meg, mais adequadas às normas para mulheres daquela sociedade,
refletiam o relacionamento de irmãs mais velha com a mais nova.
Perguntei as meninas de qual
das irmãs elas mais gostaram e foi praticamente unânime o voto à
Jo, o que faz muito sentido, pois somos mulheres do séculos XXI e
valorizamos a liberdade, a vontade de sonhar e lutar pela realização
desses sonhos. Valorizamos mulheres que têm atitude e personalidade
próprias, que são autênticas e valentes. Essa nova figura de
identidade feminina que vem ganhando destaque. A figura da heroína
que não é exatamente perfeita ( conforme o modelo de perfeição
ocidental para o feminino da época, é isso, Di? ). A essa heroína,
colocada contra o modelo de conduta, é dada o direito de ser humana,
de errar, de estudar e falar abertamente, de ser incompetente nas
áreas feminis, de não saber o que fazer, de ter atributos ativos e
violentos, antes exclusivo ao masculino, e ainda assim ser sexy
e desejável.
Todas também concordaram
que a Jo no final do livro é a melhor versão da Jo. Época em que
ela deve estar mais próxima da imagem de sua mãe, pois como Sabrina
comentou: no início do livro você tem a impressão que a senhora
March possui um temperamento e personalidade mais parecidos com os de
Meg, porém ao decorrer da leitura percebe-se que não é exatamente
isso, ela tem muito mais da Jo. Ou melhor, a Jo é que tem muito mais
da mãe.
Comentamos e não chegamos a
um consenso( o que tudo bem ;-) na seguinte hipótese: Desde pequena
Amy sempre soube que não casaria com um homem pobre, pois riqueza
era algo muito importante para ela. Pois será que ela teria
escolhido Laurie se ele não fosse rico?, ou será que ela teria se
casado com o senhor Vaughan e recusado o pobre Laurie? Bem, nunca
saberemos.
Todas concordamos que a
senhora March é um personagem fantástico!
sábado, 2 de janeiro de 2016
O Cavaleiro Inexistente
Bem, primeiro gostaria de dizer que o encontro para o livro Cavaleiro
Inexistente foi fantástico! Amei nossos debates, e, para aqueles que
infelizmente não puderam ir, quero destacar alguns temas e discussões
aqui.
Primeiro, comentamos o mais óbvio: o fato de Agilulfo
Emo Bertrandino, o cavaleiro dos Guildiverni e dos Altri de Corbentraz e Sura,
não existir – ser um ideal da cavalaria. Suas características peculiares, como
a de sempre se lembrar de todos fatos, datas e detalhes ocorridos em batalhas
(o que muito irritava os companheiros paladinos); depois a declarada repulsa
dele em relação ao que era humano, no plano físico, como dormir com os dedões
apontando para o céu, a própria função de dormir a ele era desconhecida e
impossível; sua impecável conduta, propósito e zelo em servir seu rei e seu
propósito; além, é claro, do estado permanente, infinitamente imaculado e
reluzente, de sua armadura.
Não pudemos deixar de notar, no próprio texto, certa
troça quanto ao ideal virtuoso, a infalível honra e o extremo marco presente
nos contos de cavalaria. Como 'ser um cavaleiro' era a única razão para
Agilulfo existir, seu desaparecimento foi determinado ao final do livro quando
seu feito de bravura, o de defender a virgindade da donzela Sofrônia, foi
revelado nulo.
Também comentamos sobre Agilulfo ser o único desejo de
Bradamante, a destemida guerreira, justamente por ser o objeto ideal. Cansada
de todos outros, homens de carne e osso, ela ansiava pelo modelo
fantástico, nenhum outro. Na conclusão do livro, o leitor descobre que
Bradamante é, na verdade, a narradora confinada no convento,
e nesse momento ela percebe-se finalmente pronta para aceitar um homem comum,
um homem de carne e osso: Rambaldo de Rossiglione. Assim, Bradamante desiste do
cavaleiro ideal e alegremente entrega seu amor ao cavaleiro que a amava e
procurava por ela. Inclusive, de alguma forma, ela mesma aguardava-o
ansiosamente.
Outro ponto muito interessante foi aquele que
Alessandra compartilhou: um ponto de intertextualidade entre o Cavaleiro
Inexistente e Razão e Sensibilidade, de Jane Austen. Na ligação entre dois
personagens e sua mútua complementação (quase uma simbiose). A maneira como os
personagens se completam, em Razão e Sensibilidade - uma irmã totalmente razão
enquanto a outra emoção – e em Cavaleiro Inexistente um
cavaleiro que não existe mas que é consciente de seu papel e vida, ao lado de
Gurdulu que existe (fisicamente), mas não possui consciência de sua existência
e papel. ADOREI!
O grupo também riu muito – até sentir calor em excesso
e recorrer aos abanadores - nos comentários sobre as cenas de
Gurdulu e as damas da Lady Priscila; da impressionante cena noturna da própria
Lady com o cavaleiro inexistente. Apesar de não realizarem fisicamente um ato
sexual, o cavaleiro em sua honrada conduta enche-a de carinhos, cortejos,
atenção e mimos, ao que ela responde com extremo regalo. Todos os outros
cavaleiros que Lady Priscila havia atraído para seu castelo – e que depois
tornaram-se eremitas – tiveram noites em toques e atos sexuais com ela, já o
cavaleiro inexistente, diferente e incapaz disso, passa a noite inteira em
expressões, palavras de carinho e serviços que não se consumam no ato sexual,
porém na elevação da alma feminina. Com isso, ele se torna inesquecível,
profundo e diferente de todos os outros.
Agora, sobre os intérpretes: aqueles que não podiam
ser mortos nas guerras, pois senão como poderiam os soldados xingar-se,
ofender-se e lançar juras de vingança e ódio eterno? Como poderiam as mortes
por confusão e má interpretação existir?
Outra detalhe muito engraçado veio das frases da – até
então – irmã Teodora, narradoras nas páginas onde ela tenta descrever um pouco
do conhecimento das suas companheiras em relação ao amor. Como ficaria
insuficiente minha explicação humorística nesse caso, prefiro a transcrição da
obra para finalizar meus comentários sobre esse maravilhoso encontro.
“Escrevo no convento, deduzindo coisas de velhos
documentos, de conversas ouvidas no parlatório e de alguns raros testemunhos de
gente que por lá andou. Nós, freiras, temos poucas ocasiões de conversar com
soldados: e, assim, o que não sei, trato de imaginar; caso contrário, como
faria? E nem tudo da história está claro para mim. Vocês vão me desculpar:
somos moças do interior, ainda que nobres, tendo vivido sempre em retiro, em
castelos perdidos e depois em conventos; [...]
[...] Não digo que não tenha ouvido falar disso: pelo
contrário, no mosteiro, para manter-nos afastadas das tentações, às vezes se
discute a questão, da maneira que podemos fazê-lo com a vaga ideia que temos
sobre ela, e isso ocorre, sobretudo, cada vez que uma de nós,
coitadinha, por inexperiência, fica grávida ou então, raptada por algum
poderoso não temente a Deus, volta e nos conta tudo o que lhe fizeram.”
Lindas e super animadas!
Momentos fantásticos ao lado de pessoas
maravilhosas
Início do Segundo Ciclo
Olá, meninas e meninos!
Bom dia, tarde e noite!
Entramos agora no Segundo Ciclo de nossas leituras, as quais começaram com nossa amada Jane.
O primeiro encontro oficial deste Segundo Ciclo foi em 22/08/2015 para o livro Grandes Esperanças de Charles Dickens, e aconteceu no restaurante-café Condimento. O segundo foi realizado 05/12/2015 para o livro Cavaleiro Inexistente de Italo Calvino no café da livraria Martins Fontes.
Devo acrescentar ainda que no final do ano de 2015 tivemos duas importantes adições ao clube: Rutinha e Gabi. Sejam muito bem-vindas!
Não consegui fazer um resumo do primeiro encontro, contudo segue na próxima postagem a síntese para o segundo.
bjs,
Mia
bjs,
Mia
Já com um dos novos membros: GABI |
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