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domingo, 24 de novembro de 2013

Gran Finale: Encontro para ORGULHO E PRECONCEITO



Olás, flores cheirosas e amadas!

Como estão todos e todas?

Bem, eu gostaria de deixar registrado aqui tudo sobre nosso último encontro, da primeira rodada do clube de leitura Jardim do livro, de tema Jane Austen. Último livro, agraciando o bicentenário de sua publicação: Orgulho e Preconceito.

A reunião foi em casa de Jane e Lizzie Bennet (minha irmã e eu :-), no, então, chamado Bennet's Cottage. Fizemos um chá inglês com um amigo secreto, o que foi fantástico! Realmente apreciei tudo nesse encontro, parece que todas as coisas concorreram para o melhor, para que desse certo. Agradeço a Deus por isso!

Eu havia separado alguns tópicos que retirei do livro que estou lendo, uma biografia de Jane Austen com autoria de Elizabeth Jenkins publicado em 1964. Excelente livro!
Vou descrever aqui alguns desses tópicos:

Primeiramente, comentei o que Jenkins fala sobre a habilidade que Jane Austen de tocar algo do cotidiano, algo corriqueiro, e transformar aquilo em algo que nunca vimos, algo especial, atribuindo-lhe uma nova óptica.
“Jane Austen uses a perfectly simple sentence, staring a commom place fact; none of the words in it is beyond the scope of daily conversation; but used by her they have an evocative power entirely unsuspected;”

Ela fala também sobre a veracidade dos livros de Jane Austen,
“In the last four of Jane Austen's works we are insensibly drawn in to believing that her rendering of the characters of Mrs. Bennet and Mrs. Norris and Miss Bates and Mary Musgrave gives us the actual scientific truth about those characters. It is impossible, almost, to have any other opinion of them than held by Jane Austen herself.”

Conversamos sobre questões já bem discutidos como:
O que em Elizabeth Bennet atraiu Mr. Darcy? Além de seus lindos e expressivos olhos negros. Baseado em Jenkins, Mr. Darcy foi principalmente atraído pela independência de nossa heroína. Sua indiferença à posição social e financeira do cavalheiro em questão e seu afastamento, deram a ele a oportunidade de melhor observa-la. O que, para ele como sabemos, era uma novidade.
O quanto Elizabeth, inconscientemente, o encantava com suas atitudes como andar de sua casa até Netherfield antes do café da manhã para simplesmente averiguar como estava saúde de sua irmã, e com isso aparecer logo pela manhã com sua pele brilhante e ruborizada pelo exercício.

Outro tema conversado foi sobre o pré-conceito de Elizabeth Bennet. Como ela é rápida em analisar e julgar as pessoas, e com isso acaba cometendo erros graxos. Temos de convir que neste ponto ela poderia ter usado um pouco mais da cautela e da moderação que tanto gostava. Obviamente sabemos que Lizzie acaba por se apresar em categorizar, mas destacamos o senhor Darcy (claro!): na fase em que Lizzie conhece Lady Catherine, e na mesma viagem encontra o senhor Darcy, ela consegue ver claramente que eram parentes. Sim, pois possuíam a mesma postura e atitudes; eram muito parecidos na arrogância, no sentimento claro e explícito de superioridade, na certeza de que os outros quereriam pedir ou tirar algo deles, relacionado à posição, influência e fortuna. E é engraçado reparar como depois que Lizzie se apaixonou pelo novo Darcy, ela mesma não consegue entender onde, naquele primeiro instante,  enxergou o parentesco entre eles. Pois não havia a menor semelhança!

Também interessante observação feita por Jenkins foi o fato comentado por Sir Walter Scoot, que Elizabeth Bennet, alguém que condenava a luxúria e dizia que nunca se casaria por fortuna, quando vislumbrou a entrada de Pemberly sentiu como se tivesse realmente errado ao rejeitar seu proprietário. Dircilene chegou a dizer que o episódio também a incomodava todas as vezes que o lia. Mesmo porque, não condiz com a personalidade e valores de Elizabeth Bennet. Porém, conversamos um pouco mais, e concluímos que, apesar de admira-la, temos que entender, acredito como sua criadora o fez, que ela apresenta defeitos e deslizes como todas nós; atribuindo a ela uma figura ainda mais real e encantadora.

Jenkins frisa algo que também tive a oportunidade de ler nas cartas de Jane Austen, e que acabei por repartir com as meninas neste encontro, por acha-lo interessantíssimo. Em uma de suas cartas à Cassandra, Jane Austen diz a respeito de Elizabeth Bennet:
“I must confess that I think her as delightful a creture as ever appeared in print, and how I shall be able to tolerate those who not like her at least, I do not know”.

Isto nos apresenta mais uma característica da personalidade de Jane Austen.

E falamos também sobre Henry Austen. Como Eliza, prima de Jane Austen, e Cassandra e Jane Austen costumavam exclamar, “Oh, what a Henry!”. Ele, com seu amor inflamado e orgulho pelo trabalho de sua irmã, acabava por cruzar a linha da discrição que havia prometido à ela, e revelava a autoria de Orgulho e Preconceito. Ele o fez ao enviar uma das peças para Warren Hastings, e durante um encontro na Escócia, em que o livro fora lido para Lady Robert Kerr, e ele não pôde se “agüentar” então acabou revelando que a autora era sua irmãzinha. Isso muito irritava Jane, pois ela havia pedido o segredo com avidez a todos.

Dircilene também nos presenteou com um xerox e algumas observações retiradas do livro de James Shapiro, Quem escreveu Shakespeare?. Ela leu alguns trechos conosco que advertiam sobre a consideração errônea de um leitor. No sentido de que não devemos limitar a capacidade criativa de um autor, tentando encontra-lo nos seus personagens, ambientes, descrições dentro de seus livros. Porque não necessariamente o que está em seu livro foi experimentado em sua vida particular. Pois o autor pode exercer sua escrita simplesmente pela habilidade de criação imaginativa, pela observação à distância, pela análise presencial, ou seja de várias outras formas além de sua experiência individual. Portanto, um exemplo, não podemos tentar encontrar Jane Austen em Elizabeth Bennet e nem o contrário,. É claro que existem resquícios de Jane Austen em sua criação, mas Elizabeth Bennet não é um retrato de Jane Austen, mas uma pequena parte dela.

Eu realmente AMEI esse encontro!, e daí já marcamos a próxima rodada que estou colocando abaixo:


Sugestão de= Mês para reunião= Autor= Livro=
Sabrina 1-Abril/2014: Charles Dickens - Grandes Esperanças
Dircilene 2-Junho/2014: William Shakespeare - Sonho de uma noite de verão
Manu 3-Setembro/2014: Alexandre Dumas - Conde de Monte Cristo
Meire 4-Dezembro/2014: Bram Stoker - Drácula 
Angela 5-Março/2015: José Saramago - Ensaio sobre a Cegueira
Alessandra 6-Junho/2015: Suzanne Collins - Jogos Vorazes
Milene 7-Setembro/2015: Lewis Carroll - Alice no país das maravilhas
Todas 8-Dezembro/2015: Charles Dickens - Um conto de Natal


Desta vez faremos diferente! Nos encontraremos em uma data dentro desses meses, com o livro já lido, para assistir o filme e depois discutir o livro/filme.




Um bj enorme e boas leituras, meninas lindas!
Mia 

My Name is Lizzie Bennet - Ep: 1

I am Emma Woodhouse - Emma Approved: Ep 1

Vlogs Emma Approved! and Lizzie Bennet Diaries


Meninas, estou colocando aqui acima no blog os links para os vlogs, conforme conversamos.

Quando vocês puderem, por favor, deem uma olhada porque vale muito a pena!

Mil bjs,
Mia